Traduzido por: Stephanie Alves
Editado por: Vanessa de Souza Soares
Frida Kahlo, uma das pintoras mais famosas do México, viveu uma vida repleta de sofrimentos mentais e físicos, mas ela nunca desistiu, mesmo quando seu corpo cedeu. Em sua adolescência, foi uma das vítimas em um acidente de carro. Ter sido empalada por uma haste causou inúmeros problemas de saúde ao longo de sua vida, causando múltiplos abortos e deixando-a em um estado de constante dor, mas também abrindo seus olhos para a beleza vinda da arte.
Perto do fim de sua vida, Kahlo teve sua perna amputada por causa de uma gangrena, outra traição cometida por seu corpo contra ela. No lugar de perder toda a esperança nesta situação, ela começou a escrever em um caderno: “Pies para que los quiero si tengo alas para volar” (Pés para que te quero se tenho asas para voar).
A fortaleza e resiliência que Frida Kahlo exemplificou em sua vida é uma inspiração. Ela merece o título de ícone feminista, uma mulher que realmente sabia o que era ser livre quando tudo no mundo, até mesmo seu próprio corpo, estava contra ela.
Kahlo não é conhecida por ser um exemplo perfeito de beleza tradicional para mulheres. Em vez disso, ela é estimada a ser o oposto. Ela se recusou a se livrar de seu bigode, alterar sua sobrancelha ou depilar as axilas, mantendo todos os elementos de “masculinidade” visíveis em sua aparência. Kahlo não tinha medo de desafiar as normas sociais para as mulheres, vestindo roupas vibrantes, colocando flores e tecelagem em seu cabelo, e tendo características “masculinas”. Embora ela tenha rejeitado encaixar-se no molde feito pela sociedade ao seu redor, o ato pouco comum de Kahlo levou-a a tornar-se um ícone de moda para o estranho e incomum. Seu forte senso de si e de moda atraiu a atenção de inúmeros fãs, sendo ela ainda considerada uma das mulheres mais bonitas da arte e livros de história.
Junto com sua desobediência social através de sua aparência, Frida Kahlo quebrou os estereótipos de gênero mais profundos do que apenas cabelo facial e corporal. Durante várias ocasiões em sua vida, Kahlo vestia-se como um homem. Ela apareceu em muitas fotos de família e até mesmo em um auto-retrato (meses após seu divórcio de seu marido e também pintor, Diego Rivera) vestido como homem. Ela também bebia muito e era conhecida por ser descarada o suficiente para desafiar os homens a beber tequila, uma atitude que nunca foi expressada por outras mulheres convencionais de seu tempo. Ela não tinha medo de humilhação ou reação pública e preferiria cuspir na cara das normas de gênero que sua sociedade considerava aceitáveis pelas mulheres.
O início e meados dos anos 1900 foi uma época onde a sexualidade mantinha expectativas rígidas da heterossexualidade. Mas eram mulheres como Frida Kahlo que contrariavam os limites de orientação sexual e expunham o seu orgulho de ser bissexual. Kahlo não escondeu o fato de que ela se sentia atraída por e dormia tanto com homens e mulheres. A sua curiosidade, e logo após, epifania sexual, começou durante seu casamento com Diego Rivera. Ele era conhecido publicamente por ser infiel à Kahlo, levando o casal a ter um relacionamento aberto. Kahlo nunca tentou esconder as mulheres com quem ela dormia, que acabaram sendo as mesmas mulheres com quem Diego Rivera havia dormido anteriormente. Uma mulher que era abertamente bissexual em uma era muito homofóbica, e que dormia com as mesmas mulheres com quem seu marido a traía, era definitivamente alguém para se temer. Eu não posso deixar de rir sobre o quão escandaloso, e também rebelde, foi este aspecto de sua vida. Ninguém menos que Frida Kahlo pensaria em fazer o que fez a fim de expor sua liberdade sexual e pessoal. Ela sabia como ressaltar sua opinião, sendo esta levada a ser uma revolta social ou pessoal, e sabia também como passar sua mensagem transversalmente àqueles que a desejavam ver.
Nascida há um pouco mais de 110 anos atrás e morta 47 anos depois, a curta vida de Frida Kahlo foi cheia de triunfos monumentais. Ela é considerada uma das melhores artistas do México, conhecida por seus comoventes e belos auto-retratos que autenticamente retratavam sua angústia, mas ela foi e é muito mais do que apenas suas pinturas. Ao meu ver, e nos corações de muitos, Frida Kahlo representa o feminismo prematuro e a liberdade feminina.
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