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Figura política cabo-verdiana discute educação, transporte e sexismo no Centro Cultural Malcolm X

Políticas cabo-verdianas na UMass
Caroline+Granycome
Caroline Granycome

Tendo se mudado do Cabo Verde para os Estados Unidos quando tinha três anos, o estudante de quarto ano de bioquímica, Cristiano Mendes, aprendeu sobre o Partido Africano pela Independência de Cabo Verde, também conhecido pela sigla PAICV, por meio da Wikipedia

Quando ele escutou que a líder atual e primeira mulher a comandar o partido, Dr. Janira Hopffer Almada, estaria visitando a Universidade de Massachusetts, Mendes aproveitou a oportunidade de atender a palestra. 

A convite da Aliança de Estudantes do Cabo Verde, Hopffer Almada veio ao Centro Cultural Malcolm X na noite de segunda-feira para informar e conversar com estudantes e residentes cabo-verdianos sobre alguns dos problemas atuais das ilhas.

Um país formado por dez ilhas, o Cabo Verde era anteriormente uma colônia portuguesa. Por meio de uma revolução encabeçada por Amílcar Cabral e pelo Partido Africano pela Independência da Guiné e do Cabo Verde (PAIGC), o Cabo Verde, juntamente com a Guiné ganharam independência em 1975, disse Hopffer Almada, parafraseada por Chantal Lima Barbosa. 

Quando o Cabo Verde e a Guiné formaram diferentes nações em 1980, o PAIGC fez o mesmo. Na Guiné, o partido continua a ser conhecido pelo mesmo nome, mas em Cabo Verde, o partido se transformou no PAICV, de acordo com o site oficial do PAIGC. 

Foi uma independência conquistada em grande parte pelas mulheres. 

“[Mulheres] estavam no campo de batalha ou educando os filhos de quem estava no campo de batalha”, disse Hopffer Almada. 

Mesmo que as mulheres ainda sejam parte do governo, Hopffer Almada disse claramente que a equidade de gêneros ainda é um problema; dos 12 ministros, só três são mulheres. 

As mulheres não devem ter somente “um lugar na mesa”, mas também acesso a recursos que a ajudem a suceder, disse Hopffer Almada. 

A própria Hopffer Almada tem sido alvo de discriminação de gênero desde que se juntou a política cabo-verdiana em 2011. Não obstante, ela tem lutado contra a discriminação sendo “persistente e consistente” em sua liderança.

Como líder política, a educação é uma das coisas pelas quais Hopffer Almada tem lutado para melhorar. 

Ainda que a educação tenha um papel central na independência do Cabo Verde, Hopffer Almada disse que nos últimos anos, o governo tem reduzido os custos com coisas como o transporte, a alimentação e os materiais escolares. 

Hopffer Almada culpa o partido atual pela redução de recursos, o Movimento para Democracia (MPD) e os “desafia” a voltar a providenciar tais recursos. 

“Como dizia Amílcar Cabral”, disse a intérprete Lima Barbosa, parafraseando Hopffer Almada, “‘A educação é a nossa melhor arma contra… qualquer obstáculo.’”

A princípio, o PAICV era a único partido político no país, mas um segunda partido, o MPD, foi fundado em 1990, de acordo com o site de viagens Lonely Planet

Desde então, o MPD e o PAICV tem governado o Cabo Verde alternadamente, sendo que o MPD ganhou as eleições mais recentes, em 2016. 

Além da educação, o transporte é outro problema em Cabo Verde. De acordo com Hopffer Almada, os aviões são usados não só para voar do Cabo Verde para outros países, como também para se locomover entre as ilhas. 

Desde que a companhia aérea cabo-verdiana foi privatizada em 2015, Hopffer Almada disse que o custo de voar aumentou muito rapidamente, o que também afeta aqueles que vivem em outras partes da diáspora cabo-verdiana, como por exemplo em Massachusetts. Por conta da privatização, agora “você deve pagar $2,000 para voar daqui [Massachusetts] ao Cabo Verde,” disse Hopffer Almada, parafraseada por Lima Barbosa. 

E então quando um cabo-verdiano ou nativo português aterrissa em uma das ilhas , para entrar o país eles devem pagar uma taxa de segurança de 30 euros. É uma taxa, disse Hopffer Almada, que poderia ter sido evitada se o MPD não tivesse eliminado as taxas para turistas de outros países. 

Por causo do custo, ela recomenda que cabo-verdianos usem companhias aéreas portuguesas.

Hopffer Almada também foi questionada sobre o tráfico de pessoas nas ilhas.

De acordo com a interpretação de Lima Barbosa, Hopffer Almada nao deu uma resposta direta. Em vez disso, ela comentou que o sistema de justiça criminal de Cabo Verde deveria ser reestruturado como um todo.

Poder conhecer e escutar Hopffer Almada foi uma oportunidade única para os estudantes cabo-verdianos, disse Sid Ferreira, o diretor dos Serviços de Matrícula dos Programas Acadêmicos Residenciais e conselheiro da CVSA. 

Tipicamente, aqueles que se mudaram para outro país por meio da diáspora cabo-verdiana têm acesso somente a “fragmentos” de informação política em relação ao Cabo Verde, disse Ferreira. Então, ter acesso a informações “em primeira mão [pelo ponto de vista de Hopffer Almada] é importante” para que sejam bem-informados sobre política. 

Mas poder escutar sobre os políticos de outros países também beneficia estudantes que não são do Cabo Verde, disse Ferreira. 

Ele disse também que os estudantes “necessitam compreender que é importante fazer conexões com outras pessoas” para autodesenvolvimento e autoconhecimento. 

“É educação”, dizia Ferreira. “É a razão pela qual estamos aqui”.

Nota da editora: Durante a introdução, Dra. Janira Hopffer Almada, a oradora do evento, disse que poderia falar em inglês, mas que se sentia mais confortável compartilhando suas ideias em kriolu, sua língua materna e a língua franca de Cabo Verde. Então, Chantal Lima Barbosa, a gerente do SORC e ex-membra da CVSA, serviu como moderadora e a tradutora de kriolu-inglês. A jornalista, Rebecca Duke Wiesenberg, não possui nível avançado de proficiência em kriolu ou português (uma língua semelhante). Então, toda vez que Hopffer Almada tem citações diretas, elas são marcadas com a frase “parafraseado por Lima Barbosa”. 

Rebecca Duke Wiesenberg pode ser contatada através do [email protected]

Gabriella Lalli Martins é editora de Português do Collegian e pode ser contatada através do [email protected].

 

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