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Precisamos reconsiderar como pensamos sobre o trabalho

(Erica Lowenkron/ Daily Collegian)

Traduzido por Stephanie Alves

Editado por Vanessa De Souza Soares

Nos Estados Unidos, os alunos de faculdade são geralmente apresentados com duas opções: buscar nos estudos um diploma que lhes proporcionará um emprego remunerado e lucrativo ou seguir sua verdadeira paixão e realizar seus sonhos. O problema é que nenhuma dessas filosofias prepara os alunos para vidas significativas ou carreiras satisfatórias. Estar em busca de riqueza e status, somente, é uma receita que levará a uma vida insatisfatória; porém, a constante busca pela felicidade é a receita para se tornar miserável. Não há nada de errado em desejar um salário alto ou um trabalho agradável, mas os extremos provam ser desfavoráveis.

Estatísticas sobre trabalhadores americanos refletem isso. Além de haver uma falta de busca de empregos na área de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e na classe de colarinho azul, uma pesquisa de 2014 mostrou que mais da metade dos americanos estavam infelizes em seus trabalhos. Felizmente, temos a chance de melhorar esta situação se pudermos mudar como pensamos sobre o trabalho. Isso significa não só reavaliar nossas perspectivas sobre carreiras preparatórias, mas também reconsiderar as formas em que nossos trabalhos interagem com nossas vidas pessoais. Se pudermos proporcionar às pessoas caminhos profissionais que ponham em prática suas habilidades e interesses, não só seremos mais felizes, como também mais produtivos. No entanto, para fazer isso, precisamos reconsiderar os vários aspectos do sistema educacional e desconstruir as generalizações que impomos sobre diferentes campos de trabalho.

Embora muitas pessoas tenham interesse na área de STEM e procuram obter carreiras nesse campo, os programas relacionados são muitas vezes configurados de maneira que não estimulam o crescimento intelectual do indivíduo. Um estudo de 2011 mostrou que cerca de 60% dos alunos que começaram estudando STEM e pré-medicina não conseguiram completar seus diplomas nesses campos. Embora essas estatísticas tenham melhorado devido às iniciativas do mandato Obama, ainda existem inúmeros problemas com a forma em que esses modelos são projetados. Os cursos introdutórios de STEM geralmente cobrem uma quantia de material enorme em uma sala com mais de cem alunos, fazendo com que as necessidades individuais de cada aluno não possam ser atendidas. Além disso, há uma disparidade de gênero nestas classes, afetando a percepção dos alunos sobre si próprios. As mulheres são 1.5 vezes mais propícias a abandonar seu curso de STEM depois de completar uma classe de cálculo, fazendo-as obter muito menos diplomas de STEM do que os homens. Há também uma desigualdade racial relacionada ao desempenho. Estudantes negros, hispânicos e nativos americanos apresentam melhores resultados nos exames STEM do que os estudantes brancos e asiáticos, mas desistem de seus estudos de STEM mais constantemente. Evidentemente, as perspectivas da nossa cultura em relação aos trabalhos de STEM resultam na decadência da auto-estima e confiança de certas minorias em suas habilidades nesses campos. Isso está tendo um impacto prejudicial sobre a economia norte-americana, o campo em si e também sobre os estudantes.

A STEM está longe de ser a única área em que os estudantes têm seus estudos desnecessariamente interrompidos. Atualmente, há uma escassez de trabalhadores nas indústrias de colarinho azul. Isso inclui a falta de encanadores, eletricistas e maquinistas. Em grande parte, isso é um resultado do status que nossa sociedade concede a esses trabalhadores, não por causa do salário que esses trabalhos fornecem. Nossa sociedade parece ser incapaz de reconhecer a importância desses trabalhos para o crescimento da nossa economia. Existe um estigma associado a esses empregos que nos impede de reconhecer a habilidade necessária a ser desenvolvida por estes trabalhadores. Isso contrasta fortemente com a cultura de países como a Dinamarca, onde os coletores de lixo regularmente socializam com trabalhadores de colarinho branco e onde o status econômico não determina seu círculo social. Este é o tipo de sociedade em que devemos nos espelhar: uma sociedade na qual divisões sociais não decorrem de profissões. Se este ideal fosse praticado aqui, as pessoas que desejam desenvolver suas habilidades comerciais não se sentiriam como se estivessem decepcionando suas famílias ou se relegando a um baixo status. Estes trabalhadores alinhariam suas carreiras com seus interesses em vez de com as expectativas de suas comunidades.

Estou defendendo estudantes e trabalhadores em campos de colarinho azul e STEM, mas não estou de modo algum criticando as pessoas que escolhem as artes e as humanas como carreira ou caminhos educacionais. Um dos aspectos louváveis ​​do sistema educacional superior dos EUA é que o mesmo proporciona aos alunos a capacidade de buscar seus interesses. É de vital importância ter profissionais cujas carreiras estão centradas nas humanas e nas artes. Mas o que eu estou criticando é a nossa incapacidade de fazer trabalhos nas áreas de STEM e colarinho azul uma opção atingível para pessoas de todas as origens. Também estou criticando o fracasso do nosso sistema acadêmico quando o tema é o apoio às pessoas nesses campos e a incapacidade da nossa sociedade de reconsiderar nossas percepções sobre STEM e trabalho de colarinho azul.

Existem inúmeras pessoas que desejam trabalhar com suas mãos, com números ou em laboratórios. No entanto, não estamos fornecendo a essas pessoas caminhos que conduzam a sua prosperidade intelectual e profissional. Para remediar esta situação, precisamos reconsiderar a forma como pensamos sobre o trabalho. Quando fizermos isso, não só teremos uma economia melhor, mas um país melhor – um país em que o bem-estar e a riqueza coletivos progridem juntos.

Jonah Dratfield é colunista no Collegian e pode ser contatada através de [email protected].

Stephanie Alves pode ser alcançado em [email protected].

Vanessa de Souza Soares pode ser alcançado em [email protected].

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